segunda-feira, 20 de junho de 2016

OS EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE FUNÇÕES VISUAIS E MÉTODOS DE MEDIDAS

De acordo com a OMS - Organização Mundial de Saúde é considerado idoso qualquer indivíduo após de 60 anos de idade, lembrando que tal consideração é avaliada segundo o envelhecimento fisiológico, não impedindo uma pessoa de ser social e intelectualmente ativa. A saúde intelectual e física diante desse processo é de grande serventia, podendo ser equilibradas por intermédio de atividades sociais e de lazer que não deixam com que o idoso se sinta excluído da sociedade e incapaz de exercer suas funções.
Segundo os autores, Katzman e Terry (apud PICKLES et al 1998), o processo do envelhecimento humano é acompanhado da diminuição funcional dos mais variados sistemas sensoriais do nosso organismo, sendo que uma das alterações mais comuns é a diminuição da acuidade visual, depois vem à diminuição da discriminação espacial, a limitação do olhar para cima e a redução da capacidade para seguir os objetos com o olhar. Por conta deste processo podem ter a pálpebra inferior escura por conta de hiperpigmentação e empapuçada, causado devido a edema pelo acúmulo de gordura que está associada devido a retenção de líquido. O idoso tem dificuldade de focalizar objetos em determinadas distâncias, devido a modificações do cristalino, que se espessa e adquire
cor amarelada, gerando a sua opacificação. Segundo Duarte e Diogo (2000), a catarata senil, é uma das formas desta afecção, é a doença ocular mais comum que ocorre com o processo de envelhecimento, sendo responsável por, aproximadamente, 40% a 70% dos casos de cegueira. O diâmetro pupilar diminui, a curvatura corneana é modifica, surgindo um anel cinzento ao redor da mesma. A quantidade de luz que chega a retina é menor; o idoso não enxerga bem no escuro e precisa de luz brilhante para ler (PRETROIANU; PIMENTA, 1999).
Perracini (2002) diz que as alterações da visão com o envelhecimento, e suas consequências em relação ao ambiente são, diminuição da AV – acuidade visual, dificuldades no campo visual periférico, lentidão na adaptação ao contraste, No momento, não existe ainda um consenso geral sobre as faixas de frequências que são afetadas pelo envelhecimento, entretanto a ideia principal é que o processo de envelhecimento reduz principalmente a sensibilidade ao contraste nas frequências espaciais médias e altas (Fiorentini, Porciatti, Morrone & Burr, 1996; Schefrin, Tregear, Harvey Jr. & Werner, 1999), problemas na acomodação, diminuição de profundidade, percebida ao esbarrar em objetos, dificuldades para
discriminar as cores, diminuição de perceber as formas em movimento, diminuição da capacidade de se adaptar ao ofuscamento. Perracini continua o seu texto referindo que as consequências da visão alterada em relação ao ambiente, são: ·
“Detalhes podem passar despercebidos, como degraus, objetos no chão, dificuldades com letras pequenas, é comum esbarrar em pessoas e quinas, dificuldades com entroncamento de corredores. · dificuldade com excesso de luminosidade, instabilidade nas passagens para ambientes mais claros /escuros, dificuldade em seguir pistas sensoriais mal sinalizadas, como letras e números nas portas e avisos com muitas informações, dificuldade com pisos desenhados, degraus e escadas, assim como em ambientes com excesso de padronagens, desorientação em ambientes com monotonia de cores”.
Outro problema que os especialistas afirmam são as quedas, por várias causas entre elas problemas no labirinto, deficiências e patologias na visão. Por intermédio de um controle oftalmológico ou optométrico de forma regular o idoso pode manter uma boa qualidade de visão, diminuindo a chance quedas, portanto se o idoso cair menos, terá menos fraturas, mas reconhecem que é esse consiste sendo um sistema integrado que envolve todos os nossos sentidos.
As diversas mudanças que são geradas em nosso organismo que influenciam o envelhecimento são bem complexas. Na questão biológica, o processo de envelhecimento está ligado ao aumento de uma grande variedade de ocorrências moleculares e celulares. Através do tempo, tais ocorrências levam a uma perda de forma gradual nas reservas fisiológicas, gerando um aumento do risco de contrair diversas doenças e declinando suas capacidades, de forma geral, podendo em último caso resultar no óbito.
Baltes P, Freund A, Li S-C em um estudo da Universidade de Cambridge diz que, essas mudanças que ocorrem no estado físico dos idosos não são lineares ou consistentes,
“São apenas vagamente associadas à idade de uma pessoa em anos. Além disso, a idade avançada frequentemente envolve mudanças significativas além das perdas biológicas. Essas mudanças incluem mudanças nos papéis e posições sociais, bem como na necessidade de lidar com perdas de relações próximas. Em resposta, os adultos mais velhos tendem a selecionar metas e atividades em menor número, porém mais significativas, otimizar suas capacidades existentes, por meio de práticas e novas tecnologias, bem como compensar as perdas de algumas habilidades encontrando outras maneiras de realizar tarefas”.
Por mais que algumas de tais mudanças possam ser guiadas por uma adaptação à perda, outras mudanças estão refletidas no desenvolvimento psicológico de forma contínua na idade mais avançada, podendo estra associado ao “desenvolvimento de novos papéis, pontos de vista e muitos contextos sociais inter-relacionados” (Baltes P, Freund A, Li S-C, 2006).
A incidência da deficiência visual entre população idosa é alta, pois a acuidade visual diminuída tem repercussões importantes na função visual e na capacidade funcional dos indivíduos.
Na visão existem, diversas alterações orgânicas comumente encontradas no processo de envelhecimento, levando à baixa da acuidade visual, podendo ou não ser restabelecida. Essa baixa na acuidade visual tem grande repercussão na função visual e na capacidade funcional dos idosos como já foi referido neste trabalho, portanto, afirmamos que a perda de acuidade visual é considerada um sinal comum na população idosa. Está Relacionado a velhice o surgimento de doenças oculares podendo gerar à baixa visão, interferindo em sua autonomia e independência.  É considerado como sendo baixa visão, quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor olho é menor do que 20/60 e maior ou igual a 20/400, ou o seu campo visual é menor do que 20 graus no melhor olho, com a melhor correção óptica. A melhora na qualidade da condição visual do indivíduo idoso está ligada de forma intrínseca com a qualidade de vida do mesmo, pois sabemos que os idosos que enxergam com uma melhor qualidade sofrem menos quedas, cometem menos erros ao ingerir medicamentos, apresentam menor índice de depressão, por consequência um menor isolamento social, são mais independentes e têm melhor qualidade de vida no meio que vivem. Com a perda da visão diversos idosos sofrem com a vitalidade, dignidade e intimidade com os familiares e entes queridos, tais carências são difíceis de encarar por conta própria, mas de alguma maneira vão ter que dar conta com a ajuda de seus familiares e profissionais que irão atendê-lo.
No desenvolvimento de uma resposta de saúde pública ao processo de envelhecimento é importante não só considerar as abordagens que melhoram as perdas associadas à idade mais avançada, porém também as perdas que podem reforçar a capacidade de resistência e o crescimento psicossocial, gerando atividades que permita que tais indivíduos se socializem.











































REFERÊNCIA
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