A
galactosemia é a condição oriunda pela incapacidade do organismo humano metabolizar a galactose em glicose. O resultado imediato é o aumento constante de
metabólitos da galactose em nosso organismo, passando então a ter altos níveis
circulantes elevados e tóxicos, principalmente para o fígado, rins, região
cerebral e olhos.
A galactose é um açúcar monossacarídeo, encontrado
partindo da hidrólise da lactose – o açúcar natural do leite. A função da
galactose é puramente energética e é o principal carboidrato responsável pela
formação do antígeno do grupo sanguíneo B.
Segundo um estudo brasileiro chamado Avaliação Econômica em Saúde:
Triagem neonatal da
galactosemia mostra que o Brasil é o país com a segunda maior incidência de
galactosemia clássica do mundo, com um caso a cada 20 mil pessoas, estando
atrás apenas da África do Sul.
A galactosemia é uma manifestação de ordem
hereditária. Ocorre aproximadamente em 1:60.000 nascimentos, variando de acordo
com a etnia. Se tanto o pai quanto a mãe estiverem pré-disposição à mutação
genética causadora da galactosemia, os filhos deste mesmo casal são acometidos
a ter 25% de chances de apresentar o
problema também.
O metabolismo anormal da galactose é
causado, principalmente, pela precariedade de enzimas metabólicas. Quando acontecem
essas anormalidades enzimáticas e a galactose acumula no nosso corpo, ocorre então
uma reação que não aconteceria normalmente. Essa reação é realizada pela
conversão forçada de galactose em galactitol, um poliálcool de toxicidade
elevada, ou em galactonato, que também é tóxico.
A lactose do
leite é a principal fonte de galactose na dieta. A hidrólise da lactose resulta
em glicose e galactose. O principal passo do metabolismo da galactose, em humanos,
é a conversão de galactose em glicose, o que requer várias etapas (via de
Leloir).
A galactose não pode ser confundida com
intolerância à lactose, já que esta é um substrato para a formação de
galactose. Intolerância à lactose é uma reação alérgica adquirida por laticínios.
Nas células do epitélio na região do
cristalino, lente do olho, o acúmulo do galactiol gera um aumento da
osmoralidade, resultando então na retenção de água, além da diminuição da
solubilidade de suas proteínas, contribuindo então na formação da catarata.
O acúmulo anormal de galactose causa uma ação sobre a célula hepática, ocasionando então à cirrose no indivíduo. A ocorrência de icterícia em seus primeiros dias também pode ser visualizada, ocorrendo assim, devido ao excesso de bilirrubina não conjugada em seu sangue.
Ocorre também o surgimento de aminoacidúria secundária e hipoglicemia (provavelmente devida à inibição da fosfo-glicomutase e da glicose-6-fosfatase).
Outros sintomas também oriundos da doença
são: anorexia, perda de peso, distensão
abdominal, hemorragia, falência ovariana, letargia, e atraso de
desenvolvimento psicomotor.
O leite e os produtos lacticínios são as maiores fontes de galactose. Algumas
carnes, principalmente vísceras, e leguminosas também são fontes do açúcar. A
galactose também pode ser encontrada ( em
poucas quantidades ) nas frutas, vegetais e frutos do mar, porém, ainda não temos
conhecimento se as pequenas quantidades de galactose presentes nesses alimentos
causam problemas posteriormente.
A tabela abaixo nos revela a quantidade de galactose em variados
alimentos:
Alimento
|
Qtd Galactose mg.100g
|
Grão de bico
|
444
|
Leite Humano
|
350
|
Leite bovino
|
227
|
Ervilhas
|
161
|
Fígado
|
153
|
Lentilha
|
116
|
Soja
|
44
|
Mamão papaya
|
28.6
|
Tomate
|
23
|
Abacaxi
|
18,7
|
Melancia
|
14,7
|
Banana
|
9,2
|
Maçã
|
8,3
|
Batata
|
7,7
|
Pera
|
7,3
|
Cenoura
|
6,2
|
Milho
|
3,7
|
Alface
|
3,1
|
Beterraba
|
0,8
|
O diagnóstico precoce e o seu tratamento precoce é absolutamente necessário
para impedir possíveis complicações.
A confirmação do diagnóstico é a ausência de hemácias (glóbulos
vermelhos).
O seu tratamento é uma dieta pobre em galactose, sem leites ou seu
derivados normalizando os sintomas agudos. Esse tratamento deve ser iniciado
ainda nos primeiros meses de vida e manter até encontrar um adequado
desenvolvimento físico e neurológico.
Fonte:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/galactosemia;
http://galactosemia-biobio.blogspot.com.br/;
http://www.saudedicas.com.br/doencas/galactosemia-183084
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