Na cidade de São Paulo
existem 3 aldeias de índios Guaranis situadas na região de Parelheiros. São
elas as aldeias Tenondé-Porã, Krukutu e Kalipty.
Esta população vive quase que excluída do
acesso aos serviços de saúde de especialidades, principalmente com
oftalmologista, não só devido à distância que as comunidades se encontram do
centro de São Paulo, mas também pela falta de hábito da população em questão
procurar por serviços de saúde.
Existem nestas comunidades 03 unidades
escolares (CECI – Centro de Educação e Cultura Indígena), onde estão
matriculadas cerca de 350 crianças e adolescentes. Muitos deles, segundo a
Cacica e Diretora de uma das unidades, muitos têm dificuldade de aprendizado
por conta da falta de uso de óculos, haja vista que alguns conseguem passar por
consulta, mas não tem recursos para adquirirem os óculos, ficando assim
desestimuladas a continuarem os seus estudos.
A visão é definida como a capacidade que o
olho tem de perceber tudo que está a sua volta,
responsável por 80% das informações recebidas do nosso meio ambiente,
através da luz, que faz dela o mais importante dos sentidos para o
desenvolvimento do ser humano.
A prevalência de dificuldades visuais são diversas,
nas variadas faixas etárias, portanto, é importante que as ações sejam
direcionadas indiscriminadamente a todos, inclusive a população indígena.
Através deste estudo queremos incentivar a
comunidade indígena ao uso do meio corretivo mais adequado se tornando o mesmo
um hábito.
Queremos mostrar para a comunidade referida
que podem ter uma melhor visão com o uso dos óculos incentivando-os a buscar
meios para que não fiquem sem a sua devida correção de acuidade visual.
Estudos realizados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) mostram que na população geral cerca de 25% das crianças na idade
escolar apresentam algum tipo de problema ocular e dentre estas, 10% a 15% necessitam de
óculos, que se não utilizados poderão levar à ambliopia que segundo Leandro
Rhein, Et al, no livro Manual Prático de Ambliopia, a mesma se define como
baixa acuidade visual, é o defeito visual mais comum em crianças, e pode se
apresentar de forma bilateral, sendo mais comum o acometimento em um dos lados,
popularmente conhecido como “olho preguiçoso”. Já a população adulta após os 40
anos precisam do uso de óculos para a visão de perto devido a presbiopia. E os
idosos são com frequência acometida por afecções oculares como a catarata e o
glaucoma que podem levar a cegueira.
Segundo a
área técnica de saúde ocular da Prefeitura Municipal da Cidade de São
Paulo em um estudo realizado em 2007, 40% da comunidade indígena são acometidos
por ametropias (sendo o astigmatismo miópico o composto mais frequente.
Segundo Silvia Prado S. Kitadai, Carla Cisotto
e Denize C. Costa, que em 2006 e 2007, realizaram um projeto de saúde ocular
para aldeias indígenas eles concluíram que, os erros de refração foram as
afecções mais frequentes na população indígena embora esse dado seja compatível
com as porcentagens encontradas na população geral, o astigmatismo miópico
composto e as altas miopias não são os tipos de erros refrativos encontrados
entre os índios de outras aldeias isoladas no país. Isso sugere que os índios
Guaranis que vivem na cidade já sofreram miscigenação.
Já os autores, Ricardo José Rehder,Halmélio
Sobral Neto, Flávio Carvalho, Vagner Lima, Rogério Pereira, Jefferson Barreiro,
Rodrigo L. Angelucci, observaram a baixa de acuidade visual em 2% dos índios e
2,7% de cegueira bilateral, em três grupos indígenas da região do estado do
Mato Grosso, incluindo as etnias Bororo, Xavante e Karajá.
Realizaremos neste grupo social, ações de
detecção de problemas visuais e propor alternativas para resolver essas
condições (terapias e uso de óculos), sendo que quando detectado alguma patologia
ocular, encaminharemos para o serviço público de saúde, onde o indivíduo
passará por uma avaliação e posterior conduta com o oftalmologista.
Concluímos então, que a prevalência de
problemas visuais nas comunidades indígenas se difere de região para região,
dada a miscigenação por eles acometida.
Notamos que nas comunidades referidas neste
texto existe uma diferença na acuidade visual, já que nas Aldeias paulista, 40%
da população indígena tem dificuldade visual e as do Mato Grosso apenas 2%.
Queremos então garantir esse importante
benefício à população indígena, pois a frequência de agravos oculares é quase desconhecida
neste grupo social no município de São Paulo.
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