quinta-feira, 12 de março de 2015

Saúde Visual Indígena!

Na cidade de São Paulo existem 3 aldeias de índios Guaranis situadas na região de Parelheiros. São elas as aldeias Tenondé-Porã, Krukutu e Kalipty.

 Esta população vive quase que excluída do acesso aos serviços de saúde de especialidades, principalmente com oftalmologista, não só devido à distância que as comunidades se encontram do centro de São Paulo, mas também pela falta de hábito da população em questão procurar por serviços de saúde.
 Existem nestas comunidades 03 unidades escolares (CECI – Centro de Educação e Cultura Indígena), onde estão matriculadas cerca de 350 crianças e adolescentes. Muitos deles, segundo a Cacica e Diretora de uma das unidades, muitos têm dificuldade de aprendizado por conta da falta de uso de óculos, haja vista que alguns conseguem passar por consulta, mas não tem recursos para adquirirem os óculos, ficando assim desestimuladas a continuarem os seus estudos.
 A visão é definida como a capacidade que o olho tem de perceber tudo que está a sua volta,  responsável por 80% das informações recebidas do nosso meio ambiente, através da luz, que faz dela o mais importante dos sentidos para o desenvolvimento do ser humano.
 A prevalência de dificuldades visuais são diversas, nas variadas faixas etárias, portanto, é importante que as ações sejam direcionadas indiscriminadamente a todos, inclusive a população indígena.
 Através deste estudo queremos incentivar a comunidade indígena ao uso do meio corretivo mais adequado se tornando o mesmo um hábito.
 Queremos mostrar para a comunidade referida que podem ter uma melhor visão com o uso dos óculos incentivando-os a buscar meios para que não fiquem sem a sua devida correção de acuidade visual.
 Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que na população geral cerca de 25% das crianças na idade escolar apresentam algum tipo de problema ocular  e dentre estas, 10% a 15% necessitam de óculos, que se não utilizados poderão levar à ambliopia que segundo Leandro Rhein, Et al, no livro Manual Prático de Ambliopia, a mesma se define como baixa acuidade visual, é o defeito visual mais comum em crianças, e pode se apresentar de forma bilateral, sendo mais comum o acometimento em um dos lados, popularmente conhecido como “olho preguiçoso”. Já a população adulta após os 40 anos precisam do uso de óculos para a visão de perto devido a presbiopia. E os idosos são com frequência acometida por afecções oculares como a catarata e o glaucoma que podem levar a cegueira.
 Segundo a  área técnica de saúde ocular da Prefeitura Municipal da Cidade de São Paulo em um estudo realizado em 2007, 40% da comunidade indígena são acometidos por ametropias (sendo o astigmatismo miópico o composto mais frequente.
 Segundo Silvia Prado S. Kitadai, Carla Cisotto e Denize C. Costa, que em 2006 e 2007, realizaram um projeto de saúde ocular para aldeias indígenas eles concluíram que, os erros de refração foram as afecções mais frequentes na população indígena embora esse dado seja compatível com as porcentagens encontradas na população geral, o astigmatismo miópico composto e as altas miopias não são os tipos de erros refrativos encontrados entre os índios de outras aldeias isoladas no país. Isso sugere que os índios Guaranis que vivem na cidade já sofreram miscigenação.
 Já os autores, Ricardo José Rehder,Halmélio Sobral Neto, Flávio Carvalho, Vagner Lima, Rogério Pereira, Jefferson Barreiro, Rodrigo L. Angelucci, observaram a baixa de acuidade visual em 2% dos índios e 2,7% de cegueira bilateral, em três grupos indígenas da região do estado do Mato Grosso, incluindo as etnias Bororo, Xavante e Karajá.
 Realizaremos neste grupo social, ações de detecção de problemas visuais e propor alternativas para resolver essas condições (terapias e uso de óculos), sendo que quando detectado alguma patologia ocular, encaminharemos para o serviço público de saúde, onde o indivíduo passará por uma avaliação e posterior conduta com o oftalmologista.
 Concluímos então, que a prevalência de problemas visuais nas comunidades indígenas se difere de região para região, dada a miscigenação por eles acometida.
 Notamos que nas comunidades referidas neste texto existe uma diferença na acuidade visual, já que nas Aldeias paulista, 40% da população indígena tem dificuldade visual e as do Mato Grosso  apenas 2%.


 Queremos então garantir esse importante benefício à população indígena, pois a frequência de agravos oculares é quase desconhecida neste grupo social no município de São Paulo.

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