Diversos autores consideram várias definições para a epilepsia, alguns dizem ser uma síndrome outros dizem ser um transtorno de ordem neural, mas existe quem a define como uma patologia.
Para tanto queremos definir o que é uma
convulsão e o que é um ataque epiléptico.
Segundo o dicionário LUFT, convulsão é uma
agitação violenta e desordenada. Essa palavra tem a sua origem no Latim – “convulsio onis” que quer dizer abalo de forma
violenta, contração dos nervos e músculos.
A Dra. Maramélia
Miranda, que tem formação em neurologia pela UNIFESP-EPM, que edita o blog
iNeuro.com.br, faz a seguinte definição:
“Convulsões, ou crises convulsivas, acontecem com
frequência na prática clínica. De acordo com dados norte americano, estimam a
ocorrência de crises convulsivas em cerca de 5% da população. Consiste em uma
condição muito frequente, em diversas as idades, constantemente em crianças nos
primeiros anos de vida. A convulsão acontece por causa de uma falha na condução
elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto
suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos
musculares, perda da consciência, salivação, e em alguns casos perda
esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises).
O tipo mais comum e conhecido de convulsões é a
crise convulsiva generalizada, onde o indivíduo desmaia, e começa a ter abalos
generalizados, sem nenhuma consciência, geralmente revirando os olhos e com
hipersalivação acompanhando o quadro. Este tipo de crise, tecnicamente chamado
de crise convulsiva generalizada-tônico-clônica, é o caso mais urgente e grave
que pode acontecer no manejo das convulsões, uma vez que deve ser prontamente
atendido, para evitar lesões cerebrais futuras. Existem entretanto, outros
tipos de crises convulsivas, como as crises de ausência – onde o indivíduo
apenas perde a consciência e fica com o olhar parado por segundos, voltando ao
normal em seguida; as crises parciais complexas, como explica o próprio nome,
são mais heterogêneas, e podem dar sintomas mais diferentes, como movimentos da
boca, virada da cabeça, mistura de vários movimentos estranhos, sempre com alguma
perda da consciência, mas sem desmaio completo, como ocorre nas crises
generalizadas. Por fim existem ainda as crises parciais simples, onde o
indivíduo acometido apresenta apenas sintomas focais sem nenhuma perda da
consciência, como estar num momento conversando e de repente ter um abalo
involuntário no braço e perna, incontrolável, ritmado, sabendo descrever tudo o
que aconteceu depois disso.
Geralmente o neurologista ou neuropediatra, além
de uma boa e detalhada história do acontecimento, ouvindo atentamente o
paciente, família e testemunhas da(s) crise(s), costumam solicitar outros
exames, como laboratório (exames de sangue ou urina) e eletroencefalograma em
todos os casos. Em alguns casos específicos, uma tomografia do crânio e/ou
ressonância também são necessários. Este conhecimento de que nem sempre é
preciso fazer uma tomografia ou ressonância é fundamental, sobretudo para as
famílias de crianças com crises ou adultos com histórico de epilepsia. Nestas
últimas situações, uma vez que se classifique a crise ocorrida como, por
exemplo, uma convulsão febril numa criança menor, ou um jovem com epilepsia
mioclônica co crise convulsiva, não é preciso fazer exames de imagem, sendo
estes absolutamente desnecessários!
Nós
neurologistas ouvimos muito este questionamento; e sua explicação é
relativamente simples: uma pessoa pode ter uma ou duas convulsões pontuais
durante sua vida toda; neste caso, dizemos que o paciente teve crises,
convulsão, mas não tem epilepsia.
Por
outro lado, o diagnóstico de epilepsia é dado geralmente quando um mesmo
indivíduo apresenta duas ou mais convulsões. Nestes casos, caracterizando
corretamente a repetição das crises, o seu tipo, e possível causa destas crises
convulsivas, denomina-se que o indivíduo tem o diagnóstico de Epilepsia.
Podemos
definir que o indivíduo é portador de epilepsia, caso suas crises ocorram com
uma “certa frequência” e não em uma condição pontual, que definimos como sendo
convulsão.
A epilepsia se consiste em um distúrbio caracterizado
por diversos ataques, o seu ápice pode ser de forma súbita ou mesmo transitória
existindo uma disfunção cerebral, manifestando decorrente de diversas
situações, tendo como consequência a perca da consciência, sendo acompanhada
por acessos convulsivos ou outras formas de crise com tendência para se
repetirem constantemente.
Segundo o site
epilepsia.com.br, a mesma não
é considerada doença, pois pode ser acometida por associação a diversas outras
alterações ou até mesmo patologias do sistema nervoso central (SNC).
Atualmente, ela é definida como um transtorno que é determinado pelo surgimento
de um sintoma - a crise epiléptica. Não
se enquadrando então, entre os mais variados distúrbios cerebrais, nem podendo
deixar o indivíduo inválido.
Existem diversos tipos de crise epiléptica, mas todas são causadas pela mesma condição: uma mudança brusca nos sinais elétricos que as células do cérebro, os neurônios, mandam umas para as outras — essas ligações entre os neurônios são chamadas de sinapses.
O cérebro humano tem o seu funcionamento transmitindo
impulsos elétricos através das conexões entre neurônios. Quando enviamos
informações que queremos mexer uma determinada parte do nosso corpo, por
exemplo, existe uma devida descarga eletroquímica na região motora cerebral que
corresponde à área de Broadman específica para tal movimento, obtendo o
resultado que queremos. O paciente em crise epiléptica, essa descarga nos
neurônios é muito forte e de forma descontrolada — podendo ser manifestada em
todo o cérebro ou em apenas uma área distinta.
A epilepsia pode ser determinada por
qualquer causa que afete o cérebro, incluindo tumores e acidentes vasculares.
Algumas vezes a propensão para a epilepsia é herdada — mas em geral não se
conhecem as origens desse transtorno, que só se caracteriza quando as crises
acontecem de tempos em tempos. Não podendo caracterizar como epilepsia quando
acontece uma única crise.
De acordo com o Dr. Arthur Cukiert, crises de epilepsia acometem cerca
de 1,3% da população do nosso país. Em média de 2.000.000 de brasileiros já
foram diagnosticados sendo epilépticos, sendo que, cerca de 70% dos
diagnosticados são crianças. Em mais de 70% dos casos de epilepsia as causas
são por, acidentes vasculares encefálicos, doenças cardiovasculares, tumores
cerebrais e a doença de Alzheimer.
Segundo
Marchetti e Neto, se consiste em um transtorno neurológico e frequente, sendo
considerado em diversos países um problema de saúde pública a ser considerado,
pois além de distúrbios clínicos, envolve problemas psicossociais, afligindo as
pessoas com essa dificuldade, bem como a sua família.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz
que a epilepsia afeta 50 milhões de pessoas no mundo - 3,5 milhões só na
América Latina.
Daniel
L. G. Gitaí, Rodrigo N. Romcy Pereira, Lívia L. G. Gitaí, João P. Leite, Norberto
Garcia Cairasco, Maria Luisa Paço Larson, em um trabalho desenvolvido na
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, referem que
epilepsia se consiste em um tipo de disfunção cerebral que se caracteriza em
sua forma clinica por alterações súbitas de comportamento tendendo a se repetir
ao decorrer da vida do indivíduo. Os mesmos autores referem que uma pessoa pode
não ser acometida por tal disfunção e se desenvolver uma crise epiléptica por
conta de algum tipo de atividade elétrica anormal como resposta isolada do
cérebro a um insulto transitório ou a perda de homeostase. Em entrevista ao Dr.
Dráuzio Varella o Dr. Li Li Min - médico, professor de neurologia na UNICAMP,
afirma que vários tipos de drogas podem gerar crises epiléticas, estas não são configuradas
como epilepsia, dentre elas citamos a cocaína e ecstasy.
Nas crises epilépticas parciais ou focais, a descarga elétrica anómala
apenas costuma afetar uma zona do cérebro, onde o seu funcionamento apenas é
alterado temporariamente. De acordo com a área afetada, podendo tratar-se de
uma alteração motora ou sensitiva, dos sentidos ou das funções cerebrais
superiores.
As
crises epilépticas parciais simples são provocadas por uma ativação anómala das
áreas do cérebro que interpretam, ao nível dos neurónios, os estímulos
auditivos, visuais, olfativos ou gustativos. Em algumas destas crises uma
distorção do correspondente sentido ou por uma alucinação, o paciente, então é
afetado, ou seja, uma reação na ausência de estímulos externos, a saber:
Ø A ativação de um foco no lobo occipital pode provocar a visão de objetos
luminosos inexistentes ou uma rápida perda da visão afetando a I Via visual;
Ø A ativação de um foco na área auditiva, que se situa na parte
superior do lobo temporal, comprometendo a II via visual que pode provocar a
percepção de alguns sons diferentes ou uma diminuição parcial da audição;
Ø A ativação de um foco na área olfativa, que está na parte
posterior do lobo temporal, pode desencadear a percepção de odores estranhos, até
mesmo desagradáveis.
Já a epilepsia complexa é responsável por um pouco
mais da metade dos casos de epilepsia em adultos. De acordo com a ABE-RIO,
Associação Brasileira de Epilepsia do Rio de Janeiro, em 80% dos pacientes, o
referido problema está localizado no lobo temporal do cérebro, uma região que
está localizada próxima ao ouvido, já nos 20% restantes, o problema se localiza
no lobo frontal. Nesta área do cérebro, os distúrbios podem gerar erros de
julgamento, comportamentos involuntários ou de forma desordenada, ou até mesmo a
perda de sua consciência.
Diversos
pacientes com epilepsia focal ou parcial complexa apresentam sinais de alarme
antes da ocorrência das convulsões. Tais sinais são chamados de auras, e podendo
se representar por várias sensações olfativas, visuais ou auditivas. No período
de crise (em média 2 minutos), estes indivíduos podem perder sua consciência por
um período breve de tempo, com um olhar para o infinito, parecendo estar
perdido. As emoções podem ser diversificadas e alguns indivíduos podem se
comportar como se estivesse sob efeito do uso de substâncias químicas e, após
alguns segundos, começam a realizar movimentos repetitivos (p.ex.: mastigar,
estalar os lábios, etc.). Além a aura, temos a fase tônica, em que os membros
começam a ficar rígidos e os dentes cerrados, e a fase clônica onde o indivíduo
começa a passar por espasmos, salivação, podendo perder
o controle esfincteriano anal ou urinário e a fase pós-convulsão, onde o
vitimado pode apresentar estado sonolento, cefaleia, confusão mental e perca
momentânea de sua memória.
Nos variados tipos de epilepsia pode se
iniciar através de fenômenos visuais, chamados de hemianopsia (onde é
comprometido parte da visão), podendo evoluir com frequência, para perda completa da visão, que
habitualmente tem sua duração em menos de 1 hora, podendo existir os seguintes sintomas/sinais: vertigem, ataxia, diplopia, zumbido, náusea, incontinências,
vômitos, nistagmo, disartria, parestesia bilateral e alteração do seu estado de
consciência
A epilepsia pode
gerar alguns transtornos para a visão do paciente, entre elas destacamos:
- Epilepsia
fotossensível, caracterizada mediante o surgimento de
crises epilépticas induzidas por estímulos ambientais específicos
(mediante a intensa claridade). A epilepsia fotossensível foi de forma
inicial referida por Gowersio, no século IX e, em seu conceito atual,
incluem-se pacientes com crises epilépticas e fotossensibilidade,
caracterizada pela presença da resposta fotoparaxistica (RFP) ao exame do
eletro encefalograma (EEG). A RFP é determinada por uma descarga
generalizada, geralmente de pontas ou complexos poli-ponta-onda,
registrada em todas as regiões do cérebro durante a foto-estimulação
intermitente (FEI). As respostas oriundas de regiões anteriores (resposta
fotomioclônica ou fotomiogênica) ou posteriores (driving fótico) são
consideradas fisiológicas e são excluídas do conceito de RFP.
1.1.
Epilepsia fotossensível pura — forma muito
difícil de epilepsia reflexa, na qual as crises são de forma brusca somente
pela estimulação luminosa (estímulos luminosos da TV);
1.2.
Epilepsia com fotossensibilidade — pacientes
com crises epilépticas não relacionadas ao estímulo luminoso, porém com
fotossensibilidade ao EEG.
2. Diplopia
epiléptica: É acometido quando de maneira correta os olhos não estão alinhados,
remetendo ao cérebro imagens, em diferentes ângulos.
Podemos afirmar que indivíduos epilépticos
que são afetados pela diplopia não conseguem fundir as imagens, na primeira via
visual, gerando a sensação de que se está focalizando dois objetos iguais.
As diplopias mais comuns são:
- Diplopia
monocular: derivada
de apenas em um olho (monocularmente), sendo que ocluído o olho saudável o
problema persiste;
- Diplopia
binocular: a
dupla visão é desaparecida quando é ocluído qualquer um dos olhos;
- Diplopia
horizontal: acontece
a partir do memento que a imagem aparece duplicada para os lados, conforme
imagem;
- Diplopia
vertical: nesse
caso, quando a imagem se encontra de forma duplicada, para cima ou para
baixo.
- Hemianopsia consiste sendo a perca de visão em metade
do campo visual em um ou ambos os olhos, que esta dividida em subgrupos:
Hemianopsia altitudinal,
caracterizada por uma dificuldade visual acima ou abaixo do meridiano
horizontal do campo visual;
Hemianopsia homônima refere-se
a uma dificuldade visual que de igual forma afeta os dois olhos, ocorrendo
tanto à direita como a esquerda da linha média do campo visual;
Hemianopsia binasal, deriva da
perda de visão nos campos visuais nasais de ambos os olhos;
Hemianopsia bitemporal, consiste
na perda da visão bilateral dos campos visuais temporais;
Quadrantanopsia, origina
da perda de visão em um quarto do campo visual de um ou de ambos os olhos.
4. Nistagmo: Se consiste em variações involuntárias rítmicas, de apenas
um ou dos dois olhos em uma ou
todas as posições do campo visual (horizontais verticais e obliquas). Se
tratando de forma fisiológica, o nistagmo se consiste em um reflexo que ocorre
durante a rotação da cabeça para garantir a estabilização da imagem, ou seja,
manter o foco na retina, que é dividido em duas fases, a fase rápida e a fase
lenta, que é para a compensação da rotação da cabeça, sendo que a sua fase
rápida é para frear o movimento.
A
fase lenta é ocasionada pelo sistema vestibular, já fase rápida do nistagmo
responde aos sinais oriundos do tronco cerebral.
O
nistagmo se torna patológico quando as variações involuntárias (fases rápida e
lenta) acontecem, mesmo mantendo a visão em PPO – posição primária do olhar. Consiste
no resultado de complicações neurológicas do sistema vestibular, segunda via
visual, alterando o desenvolvimento de informações dos neurônios motores extraoculares.
O nistagmo provocado por patologias se consiste em um sinal claro de alguma
alteração do labirinto vestibular e demais conexões centrais.
Meu filho está tem 5 anos, teve um crise convulsiva e foi levado às pressas para o UPA, durou 3 min, foi uma crise convulsiva afebril. Foi feito exames devido ao auto indício de proteína C, suspeitaram ser meningite, após descartado foi liberado com a proteína C ainda elevada, após 24hrs sem medicamento teve outra crise, que durou cerca de 12 min. Foi encaminhado novamente para UPA e depois transferido para o hospital, fez o tratamento para conter a infecção, mas a doutora pediu encaminhamento para o Neurologista pediatra, pois a suspeita clínica é epilepsia. Mas um fato curioso me ocorreu, antes dele ter a segunda crise ele estava brincando comigo, e disse que estava se sentindo paralisado, demorou uns dois minutos se sentindo dessa forma, e ele ria, eu mesma pensei que fosse brincadeira, e disse pra ele não brincar dessa forma, pq me deixa assustada, ele disse tá bom, e logo em seguida ficou com os braços pra cima esticados e começou a cair no para trás no colchão da cama, e começou a revirar os olhos se debater, e depois a salivar muito, seguramos ele e deitamos ele de lado sobre o lado esquerdo, e esperamos passar, pois isso foi nos recomendado, enquanto isso eu ligava para a ambulância, e se passaram 4 min e nada, então começamos a ficar desesperados, e nada de nós atenderem nem a ambulância e nem o corpo de bombeiros, então quando se haviam passado 6 min, pegamos o carro e fomos para o UPA. E ele ainda chegou lá convulsionando, e depois desmaiou, foi colocado oxigênio, por que ele começava a voltar e perdia a consciência, depois ele foi voltando e não conseguia falar. Foi a coisa mais triste que eu já vi! Ver meu querido filho nessa situação e não ter poder de fazer nada, e estou gestante do meu segundo filho! Um desespero me tomou, fiquei traumatizada, na primeira crise estávamos sozinhos, foi assustador! Mas durou por pouco tempo, meu cunhado nós socorreu, ao chegar lá ele já estava acordado chorando muito. E não lembrava de nada! E o pior que os médicos que nos nos atenderam duvidaram da minha palavra! Dizendo que havia sido um equívoco meu!!!!!! É tanto descaso, com a gente! Nos tratam como idiotas por não termos o estudo que eles tem! Mas eu sou a mãe e eu vi o que aconteceu! Além das convulsões ele também estava tendo espasmos! Mas graças a Deus não teve mais crises, estamos esperando o dia 31/10 pra ele passar com o neurologista. Ele também reclama de dor no olho esquerdo e diz que não enxerga direito com ele, e as vezes ele não segue com o olho, e fica um pouco torto para o lado como se estivesse olhando para o canto. Não sei se tem algo a ver. Mas estou muito ansiosa para passarmos no neurologista!!!!
ResponderExcluirEu tive uma crise epiletrica a 1 mes por causa de uma queda agora venho reparando que tenho dores sobre os olhos e que po exemplo ao ver tv nas legendas vejo as letras as dobrar por exemplo uma mais acim e outra mais a baixo tipo sombras das letras sera normal.obrigado
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